Se tinha algo que dava um prazer intenso a Lampião, além de apunhalar seus rivais ou os “macacos”, como os cangaceiros chamavam os policiais no sertão nordestino dos anos 30, era “cobrir uma fêmea”, o que, no linguajar deles, significava estuprar uma mulher enquanto ela chorava. Isso quando não era o caso de aplicarem uma “gera”, nome conhecido na região por estupro coletivo. Lampião, o chefe, era o primeiro da fila. Para ele e seu bando, o estupro ocorria porque “as mulheres queriam”. E após a morte de seus maridos, as cangaceiras ficavam à disposição de qualquer um que as quisessem. Zé Baiano, cangaceiro do bando, gostava de marcar mulheres com ferros para boi com as iniciais do seu nome na face, genitália, nádega ou panturrilha. Se a mulher estivesse de cabelo ou vestido curto, era castigada pelo cabra. Criar os próprios filhos também era outro direito negado a elas. Dadá, estuprada quando tinha 12 anos por Corisco, nome proeminente do cangaço, classificava essa dor como “a mai