As Batalhas de Lampião: Serrote Preto
Por Antonio Andrade - publicado no jornal Folha Solta.
Lampião é reconhecido pelos seus atos heróicos e epopéicos de bravura. Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawn, em seu livro "Bandidos", Lampião foi o maior bandoleiro do ocidente.
Em Serrote Preto, em fevereiro de 1925, o bando de Lampião era composto por 40 cangaceiros, entre eles dois irmãos de Virgulino, Antonio e Livino Ferreira. Já na volante formada por policiais da Paraíba e de Pernambuco havia 90 homens, inclusive três oficiais (tenentes). Os números oscilam nos livros que registram os combates, estes citados estão no livro "De Virgulino a Lampião", escrito por Antonio Amaury e Vera Ferreira, neta de Lampião.
As forças policiais já estavam no encalço dos bandoleiros desde as cidades pernambucanas de Custódia, Buíque e Águas Belas. Quando chegaram em Mata Grande, o cangaceiros já haviam atacado a cidade, deixado dois mortos, vários feridos e casas incendiadas. Devido a resistência policial e da população local, o bando seguiu em retirada para a divisa com Pernambuco e se alojou na sede da Fazenda Serrote Preto.
A partir de informações da população, a volante partiu em direção à fazenda e localizou os bandoleiros no final da tarde. Eles estavam descansando e alguns jogavam cartas, estes perceberam a aproximação da polícia e começaram a despejar uma chuva de bala. A tropa foi massacrada em uma verdadeira chacina. Segundo Rodrigues de Carvalho, em seu livro "Serrote Preto", foram quinze soldados mortos e três bandoleiros (Asa Negra, Guri e Corró). No livro "De Virgulino a Lampião", diz que foram dez soldados e dois oficiais mortos, mais 30 feridos.
Os oficiais mortos foram Francisco de Oliveira e Joaquim Adauto. O terceiro tenente, João Gomes, sobreviveu e bateu em retirada com seus subordinados.
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