Faroeste Caboclo: um cordel urbano
(...)
Agora o Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu
(...)
A saga de João de Santo Cristo bebe na fonte da literatura de cordel. Faroeste Caboclo tem, como disse Dado Villa-Lobos, uma certa “base de cordel”. Muito mais do que a estrutura narrativa, de linearidade, a canção traz outros elementos desse gênero de poesia popular. Todo o cordel traz em sua composição aspectos políticos, religiosos ou criminosos. Santo Cristo representa uma convergência desses três elementos.
E é esse componente de marginalidade que encontra mais eco em Faroeste Caboclo: assim como nas epopéias do sertão, onde o cangaceiro era visto como um salvador dos desvalidos, o personagem da canção era um anti-herói, mas também um bandido santo (o povo declarava que João de Santo Cristo era santo…).
E o protagonista traz consigo mais do que os elementos básicos do cordel – ele carrega o DNA dos personagens cordelistas: é um sertanejo, que é, antes de tudo, um forte – com disse Euclides da Cunha. É um retirante, que é, sem dúvida, um corajoso. E tem a sua própria epopéia de amor e ódio, de céu e inferno, de vida e morte.
A literatura de cordel é poesia, em toda a sua força e beleza. Faroeste Caboclo é rock and roll, na veia. Mas também é poesia. E das boas! (Por Gustavo Lopes, publicado no site oficial do filme)
Leia "Faroeste caboclo: literatura, cordel e rock and roll", uma tese de mestrado de Carlos Rogério Duarte Barreiros.
"Faroeste Caboclo" é uma canção do grupo brasileiro Legião Urbana, composta pelo líder da banda, Renato Russo, em 1979. Ela só foi lançada oficialmente em 1987, no álbum Que País É Este. A música, de mais de nove minutos, virou filme neste ano de 2013, que atualmente está em cartaz pelos cinemas de todo o Brasil. Abaixo, um registro da banda cantando a música.
Agora o Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu
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A saga de João de Santo Cristo bebe na fonte da literatura de cordel. Faroeste Caboclo tem, como disse Dado Villa-Lobos, uma certa “base de cordel”. Muito mais do que a estrutura narrativa, de linearidade, a canção traz outros elementos desse gênero de poesia popular. Todo o cordel traz em sua composição aspectos políticos, religiosos ou criminosos. Santo Cristo representa uma convergência desses três elementos.
E é esse componente de marginalidade que encontra mais eco em Faroeste Caboclo: assim como nas epopéias do sertão, onde o cangaceiro era visto como um salvador dos desvalidos, o personagem da canção era um anti-herói, mas também um bandido santo (o povo declarava que João de Santo Cristo era santo…).
E o protagonista traz consigo mais do que os elementos básicos do cordel – ele carrega o DNA dos personagens cordelistas: é um sertanejo, que é, antes de tudo, um forte – com disse Euclides da Cunha. É um retirante, que é, sem dúvida, um corajoso. E tem a sua própria epopéia de amor e ódio, de céu e inferno, de vida e morte.
A literatura de cordel é poesia, em toda a sua força e beleza. Faroeste Caboclo é rock and roll, na veia. Mas também é poesia. E das boas! (Por Gustavo Lopes, publicado no site oficial do filme)
Leia "Faroeste caboclo: literatura, cordel e rock and roll", uma tese de mestrado de Carlos Rogério Duarte Barreiros.
"Faroeste Caboclo" é uma canção do grupo brasileiro Legião Urbana, composta pelo líder da banda, Renato Russo, em 1979. Ela só foi lançada oficialmente em 1987, no álbum Que País É Este. A música, de mais de nove minutos, virou filme neste ano de 2013, que atualmente está em cartaz pelos cinemas de todo o Brasil. Abaixo, um registro da banda cantando a música.
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