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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Viva Luiz: o Brasil conhece um mestre

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1961 - Morre Santana, mãe de Luiz Gonzaga, de doença de Chagas. O compositor Rosil Cavalcanti estreia nesse ano com a marchinha Faz Força Zé, em disco 78 rpm. 1962 – O disco Ô Veio Macho desse ano sai com seis composições inéditas do novo parceiro de Luiz Gonzaga, o paraibano José Marcolino. É o maior feito desse gênero em termos de lançamento de obras de outros parceiros. O compositor João do Vale estreia nesse ano obra luiz-gonzaguiana. Morre o compositor Zedantas, aos 42 anos de idade. 1963 – Músicas destaques do disco Pisa no Pilão (A Festa do Milho), Pronde tu vai, Baião? e a música desabafo de Luiz Gonzaga, o clássico A Morte do Vaqueiro, em homenagem a Raimundo Jacó, o vaqueiro primo do Rei do Baião, assassinado. 1964 – No disco Sanfona do Povo, desse ano, começa a se popularizar o caso do roubo da sanfona de Luiz Gonzaga. Ele lança, também nesse ano, o disco da toada A Triste Partida , do poeta cearense Patativa do Assaré. 1965 – Lança o disco Quadrilhas e Mar

Anatomia nordestina

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Bem-vindos à Casa do Cordel

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Falsa grávida inspira poeta

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Confira o cordel escrito por Hélio Schiavo a partir do caso da mulher que enganou a imprensa e todo mundo com uma barriga de pano que dizia ser de quadrigêmeos... O VEXAME DA COMADRE Comadre Maria Verônica Com sua falsa gravidez Provocou cena demônica Do início ao fim do mês E dona justa quer saber Como foi que ela fez... O povo ficou assustado Com aquele bucho estufado Que ninguém até nunca viu... O ultra-som confirmado Não se furta ao bom resultado Do silicone importado Que sempre entope o Brasil!... Ela criou apenas na sua imaginação Daí surgiu a presente confusão Gerando um estelionato escabroso Com bom tempo de cadeia Para não fugir da peia Evitando violência e covardia Pelo monte de "Maria" Nesse crime vergonhoso Dessa mentira que a comadre incendeia!... Uma psicóloga estudada Jogando com essa farofa misturada Pensou que enganava a gente Mas é macho quem entende de gravidez Confirmo em bom português Com acusação inclemente!... Se m

Glauber Rocha e a literatura de cordel

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"O cinema feito por Glauber Rocha pode ser caracterizado de várias maneiras, menos como algo simplório. Assim também acontece com a cultura popular" - Rodrigo Elias . O cineasta conquistense Glauber Rocha, uma das principais cabeças do Cinema Novo, se apropriou da literatura de cordel para a construção de duas importantes obras da sua filmografia: " Deus e o diabo na terra do sol " (1964) e " O dragão da maldade contra o santo guerreio "(1969). Essa relação entre Glauber e a literatura de cordel foi analisada por Sylvia Nemer, autora do livro "Glauber Rocha e a literatura de cordel: uma relação intertextual" (Edições Casa de Rui Barbosa, 270 pp., R$ 23) - publicado a partir da tese de doutorado que apresentou em 2005 na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na obra, Nemer destrincha a “estética da fome” de Glauber, mostrando que o cineasta não “representava” simplesmente a violência da condição social (e natural) à

Táticas da guerra no sertão

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Para não deixar pistas e dificultar as perseguições policiais, os cangaceiros utilizavam diversas técnicas ao fugir dos macacos (como chamavam as volantes policiais), como: - andar com alpercatas "peludas" ou forradas com estopa, para não deixar rastros; - inverter a posição do salto das alpercatas, colocando-o na parte do bico, para esconder a direção tomada pelo bando; - pisar nos mesmos locais dos que lhe precediam no caminho, fazendo parecer o andar de um só homem; - apagar rastros com galhos folhudos, amarrados aos rabos dos animais de coice; - varrer o chão com vassoura de galhos folhudos, travalho feito por cangaceiro caminhando atrás do bando; - andar de costas na saída das "bebidas", em terra molhada; - marginar caminhos, andando no chão duro ou sobre pedras, para evitar rastros; - utilizar a técnica do "pulo", com os cangaceiros pulando fora da fila, restando apenas um no caminho, que ia apagando os rastros; - embaralhar os rastros, pa

Revista Muito: Mulher de Lampião

A Muito, revista do grupo do jornal A Tarde (Salvador-BA), destacou, em março de 2010, Maria Bonita em sua capa. Confira a reportagem e o ensaio de moda inspirado no cangaço abaixo. Open publication - Free publishing - More revista

Especial Literatura de Cordel - Globo Rural

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Maria, bonita cangaceira

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Obra organizada por Vera Ferreira e Germana Gonçalves de Araújo dedicada à vida e modos de Maria Gomes de Oliveira, popularmente conhecida como Maria Bonita, mas que para os cangaceiros do bando de Lampião, era a Maria do Capitão. Em Bonita Maria do Capitão, o leitor irá encontrar na primeira parte -‘Vida e Modos de Maria’- um pouco da biografia da personagem feminina mais famosa do cangaço, enquanto que na segunda, - ‘Maria Bonita e Outras Artes’- é possível perceber como as várias manifestações artísticas, representam a Maria do Capitão Lampião. “Há três anos, quando tivemos a ideia de fazer um livro, iríamos, incialmente, focar a relação das diversas artes para com a figura de Lampião. Mas decidimos mudar o foco para Maria Bonita, porque existem poucas publicações dedicadas, exclusivamente, a ela.Queríamos fazer um livro diferente, trazendo novidades para o leitor, então decidimos dedicar uma parte à biografia da Maria Bonita e outra, ao modo como as artes enxergam essa pers

A engenhosidade poética de João Cabral de Melo Neto

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Catar Feijão  Catar feijão se limita com escrever:  Jogam-se os grãos na água do alguidar  E as palavras na da folha de papel;  e depois, joga-se fora o que boiar.  Certo, toda palavra boiará no papel,  água congelada, por chumbo seu verbo;  pois catar esse feijão, soprar nele,  e jogar fora o leve e oco, palha e eco.  Ora, nesse catar feijão entra um, risco  o de que entre os grão pesados entre  um grão imastigável, de quebrar dente.  Certo não, quando ao catar palavras:  a pedra dá à frase seu grão mais vivo:  obstrui a leitura fluviante, flutual,  açula a atenção, isca-a com risco.  João Cabral de Melo Neto , autor do poema acima, completaria hoje 92 anos. Ele é o mais importante poeta da geração de 45, nasceu em Recife e passou a infância em engenhos de açúcar em São Lourenço da Mata e Moreno. Desde cedo demonstrava interesse pela palavra, pela literatura de cordel nordestina e desejava ser crítico literário. Em 1946 ingressou na carreira diplomática e, a par

Viva Luiz: os primeiros dez anos de carreira

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1941 5 de março. Data da primeira participação de Luiz Gonzaga numa gravação da Victor, atuando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário França, na “cena cômica” A viagem de Genésio. Seu talento chama a atenção de Ernesto Augusto Matos, chefe do setor de vendas da Victor. E no dia 14 de março Luiz Gonzaga grava, assinando pela primeira vez como artista principal, e exclusivo da Victor, quatro músicas que são lançadas em dois 78 rotações. É publicada a primeira reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine, com o título Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom.  Ainda em 41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações. O sucesso havia chegado, e Gonzaga já era chamado como “o maior sanfoneiro do nordeste, e até do Brasil”. Nos anos seguintes grava cerca de 30 discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a Victor insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde fo

Um cordel em "homenagem" ao BBB

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Texto que corre o mundo via emails enviados e reenviados... Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil. Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente. Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira. Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia. Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos. Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões. BIG BROTHER BRASIL: UM PROGRAMA IMBECIL. Autor: Antonio Barreto. Curtir o Pedro Bial E sentir tanta alegria

Jamaica (à) brasileira

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Disco "Bambas Dois - Brasil/Jamaica" -  Vários artistas UNIVERSAL MUSIC ( 2011, 14 FAIXAS)   Registros tradicionais e álbum de fusão jamaicana-brasileira expõem a riqueza da música nordestina Em dois lançamentos musicais recentes, o Nordeste aparece como um celeiro musical brasileiro em sua diversidade rítmica e na força de suas expressões populares. De um lado, os sons de um Nordeste profundo na forma que são empunhados popularmente ao longo de sua extensão musical e territorial. De outro, uma ousadia cosmopolita que flerta com a música jamaicana, levando a sonoridade do sertão ao seio de Trenchtown, em um desafio poético-musical que retira os músicos dos dois países de seus lugares-comuns, de seu porto seguro e aponta para a um novo som. No projeto "Bambas Dois - Brasil - Jamaica", o produtor Eduardo Bidlovski, o BiD, na tentativa de aproximar os sons jamaicanos - reggae, dancehall e ragga - da música nordestina, faz uma viagem instigante nas tradições m