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Mostrando postagens de junho, 2011

A Estética do Cangaço, por Frederico Pernambucano de Melo

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TEXTO PUBLICADO NA REVISTA MENSCH (N30, MAIO DE 2011) O universo do cangaço sempre foi um assunto muito próprio do universo masculino, onde os homens dominavam e comandavam seus grupos. Tanto que o mais famoso representante dessa cultura de foras da lei, o Mestre Virgulino, vulgo Lampião, até hoje é tema de livros e estudos. Sempre com histórias ligadas a nossa cultura, em especial pelo cangaço que nos fascina com seus “causos” e relatos. Para saber um pouco mais dessa cultura fomos atrás do celebre escritor pernambucano Frederico Pernambucano de Melo, que recentemente lançou o livro “Estrelas de Couro, a Estética do Cangaço” que mostra a face oculta quando se fala em cangaço. Frederico é Procurador Federal e Historiador, pesquisou a fundo as histórias do cangaço e passou dias na caatinga como os antigos “cabras” do bando de Lampião. E em breve será o curador do Museu no Estado sobre o tema. Sobre a vontade de ser escritor e falar sobre o cangaço, Frederico nos falou não saber se

História do Cordel

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Na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, etc, a literatura de cordel já existia, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século XVI. Na Península a literatura de cordel recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente, principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão esta maravilhosa manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro, um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades particulares. O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899: "Esta peleja que fiz não foi por mim inventada, um velho daquela época a tem ainda gravada minhas aqui são as rimas exceto elas, mais nada." Oriunda de Portugal, a

Dominguinhos em documentário

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Dominguinhos se apresenta hoje, 25, em Jequié (na praça). Setenta anos de vida do músico estão registrados no documentário ‘Dominguinhos, Volta e Meia’, de Felipe Briso - Agência BOM DIA Dominguinhos se lembra com orgulho da primeira sanfona que ganhou de Luiz Gonzaga, quando tinha 13 anos. “Comecei a tocar por causa desse presente. Gonzaga foi um pai para mim e me ajudou muito nessa longa caminhada”, contou ao BOM DIA, em uma das pausas das gravações para o documentário “Dominguinhos, Volta e Meia”, dirigido por Felipe Briso. A produção começou no aniversário de 70 anos do músico, em 12 de fevereiro de 2011, e vai terminar na festa de 71, em 2012. Segundo Briso, o filme quer revelar um Dominguinhos que o Brasil precisa conhecer. “Ele é um dos maiores instrumentistas do mundo e vai além da música regional, sanfona, baião e forró”. O diretor diz ainda que o sertão provocou em Dominguinhos a universalidade musical. Com idealização de Mariana Aydar, Duani Martins e Eduardo Nazar

TV Sudoeste: Matéria sobre a Vila Junina

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Viva São João!

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Feliz São João! Divirta-se e curta a nossa rica cultura popular! O principal santo católico reverenciado pelos nordestinos é São João, cuja data, 24 de junho, é feriado regional. Além das celebrações católicas, a data é comemorada a partir da noite do dia 23 com muitas festas animadas, com fogueira, fogos de artifício e forró e regadas a bebidas e comidas típicas, como bolos, doces, licores, milho (cozido e assado na fogueira), canjica e quentão. Segundo historiadores, a tradição das festas juninas - que antes eram chamadas de joaninas - surgiu na Europa durante o século 14. No Brasil, de acordo com o antropólogo Roberto Albergaria, os costumes de homenagear os santos do mês de junho foram trazidos pelos portugueses e readaptados com a inserção de valores de negros e indígenas, como o boi-bumbá, a utilização da mandioca para a composição de pratos típicos e algumas danças. A tradição das fogueiras também foi trazida do continente europeu e representava o aviso a Maria do nascime

Entrevista ao Cult Mix

A edição do Cult Mix (Rádio Uesb) de 20/06/2011 contou com a participação do jornalista Ailton Fernandes, colaborador deste blog, que falou sobre o objetivo e o trabalho do Luz de Fifó, entre outras coisas. No mesmo programa, há ainda notícias do mundo da música e ainda Thiago Pethit, Biquini, Banda de Pau e Cordas, Volver, Michael Jackson, Morrisey, Marisa Monte e muito mais. Ouça aqui:

Conversa de Balcão: entrevista com Andrade

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O blogueiro e jornalista Ailton Fernandes, também colaborador deste blog, conversou com Antonio Andrade sobre diversos assuntos, entre eles a literatura de cordel, poetas populares, cultura nordestina e o trabalho que faz com o seu acervo, divulgando o cordel e as tradições do sertão. Confira aqui algumas das declarações do Tuíca do Cordel ao blog Conversa de Balcão : Acervo e divulgação A importância da literatura de cordel Acervos internacionais de cordel Valorização do cordel no Brasil Grandes poetas populares e algumas obras Ouça a entrevista completa .

Uma bela viagem

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O romance "Viagem a São Saruê", de Manoel Camilo dos Santos, é uma viagem de utopia. Tudo que falta no Nordeste sobra no País São Saruê: saúde, comida, morada, justiça, alegria. Mas no Nordeste está viva no meio do Povo uma força maravilhosa; na verdade, a força maior que o Brasil tem: a Poesia, que elege sua morada em toda terra onde há Fé e Esperança. "Viagem a São Saruê" é um dos mais lindos poemas da poesia brasileira. Nesta época de falso turismo, em que São Saruê é barganhado com as butiques de Paris e Roma pelos viajantes privilegiados, Manoel Camilo dos Santos, poeta maior e quase desconhecido, num pais que ignora os seus poetas, planejou esta viagem verdadeira para a Terra Prometida e a oferece ao seu povo (Da Casa das Crianças de Olinda. Agosto de 1977) Confira um trecho: Ao surgir da nova aurora senti o carro pairar olhei e vi uma praia sublime de encantar o mar revolto banhando as dumas da beira mar Avistei uma cidade como nunca vi igual tod

Salgueiro vai levar o cordel para a avenida em 2012

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A tradicional escola de samba Acadêmicos do Salgueiro acertou em cheio ao escolher o tema do seu próximo carnaval. A vermelha e branca tijucana vai levar para a avenida o enredo "Cordel Branco e Encarnado", de autoria de Renato Lage e Márcia Lage. A escola pretende unir a arte dos poetas populares do Nordeste com o inconfundível batuque carioca. Sem esquecer das origens do cordel na Europa , que ressurgiu com toda a força no Nordeste em histórias que caíram no gosto popular, como "O Romance do Pavão Misterioso", obra que inspirou os carnavalescos a criarem a logomarca do enredo salgueirense. A sinopse do enredo foi apresentada aos compositores no dia 14 de junho em reunião na quadra da Rua Silva Teles e surpreendeu a todos por ter sido escrita em forma de poema como um tradicional cordel. Tive a oportunidade de estar presente trocando informações com o carnavalesco Renato Lage, a diretoria cultural e parte da sua talentosa equipe, entre eles Gusta

Exposição literária e fotográfica na Casa do Cordel

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Pela terceira vez, a Vila Junina conta com a Casa do Cordel, onde o professor Antonio Andrade expõe o seu acervo de cordéis. Esse ano, além dos folhetos, há exposição de fotos do cangaço, de Lampião e de Patativa do Assaré, e peças do artesanato nordestino. A instalação é uma das que chamam mais atenção dos visitantes, que se debruçam sobre uma série de histórias e se surpreendem com a riqueza cultural que a simples casinha de taipa guarda durante a programação do Forró Pé de Serra do Periperi, promovido pela Prefeitura Municipal através da Secretaria de Cultura. São mais de mil títulos, entre clássicos e produções mais recentes, que podem ser apreciados ou até mesmo adquiridos pelos visitantes. Durante a visita ainda é possível ter uma prosa sobre Lampião e Maria Bonita, cangaceiros, poetas populares e cultura nordestina com Andrade, estudioso, pesquisador, divulgador, incentivador e agente das nossas tradições regionais. A exposição segue até o dia 26 desse mês, das 18h às 23h na P

Saiba mais sobre o Memorial do Forró

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A programação do Forró Pé de Serra do Periperi em Vitória da Conquista está diversificada. O Memorial do Forró, espaço de cultura e informação aberta ao público das 14 às 23h, foi montado na Praça Tancredo Neves, na Casa Régis Pacheco, com o intuito de fazer um resgate dos valores culturais da nossa identidade. Para o secretário de Cultura, Gildelson Felício, muitas crianças e jovens não conhecem a zona rural e nunca tiveram contato com a festa tradicional do interior, sendo este, portanto, um momento importante para esse encontro cultural. Gildelson explica como foi pensado o Memorial do Forró: “Este ano estamos homenageando o mestre sanfoneiro Sivuca; dentro das casas de taipa montadas na praça há elementos da cultura popular como a réplica do boneco de Gonzagão e de outros sanfoneiros; bonecos de panos e maquetes. Uma das maquetes traz o trabalho “A Carta” do nosso compositor conquistense Elomar, que é uma obra que traz uma passagem sobre a festa de São João”, conta. Juntamente com

‘Os Últimos Cangaceiros’ tem recepção calorosa no Cine Ceará

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A ex-cangaceira Aristela Soares assistiu ao filme no Festival (Foto: Rogerio Resende) CONSIDERADO ‘OBRA PRIMA’ POR LUIS CARLOS BARRETO, FILME DE WOLNEY OLIVEIRA FOI EXIBIDO FORA DA COMPETITIVA, QUE SERÁ RETOMADA NESTE SÁBADO COM DOIS LONGAS Foi exibido, na noite desta sexta-feira, 10, no 21º Cine Ceará, o documentário do diretor executivo do festival, Wolney Oliveira, “Os Últimos Cangaceiros”. O cineasta subiu ao palco acompanhado de grande parte da equipe do filme e de Lili e Inácio, filhos dos cangaceiros Durvinha e Moreno, que emocionaram a platéia ao falar de quando se conheceram, já adultos. Durante mais de meio século, os ex-cangaceiros do bando de Lampião Durvinha e Moreno esconderam sua verdadeira identidade até dos próprios filhos, que cresceram acreditando que os pais se chamavam Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto. Após a morte de Lampião, os dois percorreram mais de mil quilômetros a pé, por cerca de 90 dias, até chegar a Montes Claros (MG), onde fixaram

Inspirado em Lampião e Maria Bonita

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Seleção de objetos de decoração inspirados no casal de cangaceiros mais famoso do Brasil. Da revista Minha Casa (junho 2011). Lampião e Maria Bonita: 19 peças inspiradas no casal mais famoso do cangaço O clima árido do sertão transpõe fronteiras ao marcar presença na casa. “As xilogravuras aliam artesanato e arte popular, imprimindo personalidade à decoração”, diz a arquiteta Iraneide Oliveira, de Recife. E, no mês dos namorados, o casal de cangaceiros faz sucesso. Texto e Reportagem Visual: Paulo Augusto (PE); Fotos: Tom Cabral (PE); Colaboraram Tatiana Guardian e Veronica Naka (Assistente) (SP). Veja a seleção completa no site da revista .

Visite o Memorial do Forró

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A Casa Régis Pacheco, na Praça Tancredo Neves, se transforma no Memorial do Forró durante os festejos juninos da cidade de Vitória da Conquista. O espaço homenageia, este ano, o mestre Sivuca, com uma exposição na sala principal. Pela casa até no quintal, os visitantes irão encontrar diversos bonecos, maquetes e muito colorido, misturando cultura e informação. Há ainda a sala dos Santos Juninos, da História do Forró, da Samarica Parteira e o Pátio dos Forrozeiros. Outro ambiente que irá despertar a curiosidade do público é a sala onde está exposta uma maquete que representa os quatro atos da ópera A Carta, de Elomar. Para completar a homenagem ao filho nobre da terra, o próprio compositor se encontra representado na maquete. A pesquisa e concepção do Memorial são de autoria da cenógrafa Victória Vieira. O local está aberto diariamente das 14 às 23 horas, até o dia 26 de junho. O HOMENAGEADO - Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca, (Itabaiana, 26 de maio de 1930

Sertanília: o som do sertão

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Sertanília é um grupo musical que busca uma sonoridade nova e o desafio de realizar a união do erudito à música popular do sertão. Composto por Aiace Felix (vocalista), Leilane dos Santos (violoncelo), Anderson Cunha (viola, violões e bandolim), Diogo Flórez (percussão) e Tainnã Chagas (percussão) foi formado em 2010 com a proposta de fazer uma música essencialmente brasileira, tendo o Sertão como tema; para tanto, recupera canções, poesias sobre o sertão, além de construir um trabalho autoral que faz referência direta a esse lugar e à sua gente. O Sertanília dialoga, musicalmente, com as heranças musicais e literárias do sertão brasileiro, vasta região que compreende o Nordeste do Brasil, o Noroeste de Minas Gerais, o Sudoeste da Bahia e o Sul de Goiás, e compõe uma música inspirada em temas e motivos próprios do universo “sertanês”, buscando referências na música tradicional do sertão brasileiro, com privilégio para o uso de instrumentos de corda e percussão. No vídeo abaixo, Per

Poesia portuguesa

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Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida… Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! “Tudo no mundo é frágil, tudo passa…” Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: “Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!…” Apresentamos um pouquinho da nossa irmã Florbela Espanca, poetisa portuguesa. Ela nasceu em Vila Viçosa em 1894 e migrou deste mundo no dia do seu aniversário, 08 de Dezembro de 1930, com apenas 36 anos. Fez incursões literárias através de contos e sonetos. Dentre suas composições poéticas, o artista cearense, Fagner, musicou algumas delas, em destaque para Fanatismo.

Poetas populares: Leandro Gomes de Barros

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Paraibano de Pombal, Leandro Gomes de Barros (1865-1918) fugiu de casa aos onze anos por conta dos maus tratos de um padre que era seu tio. Até os 15 anos, viveu em Teixeira, cidade berço de muitos cantadores, depois foi para Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, onde se casou e teve filhos. Estima-se que Leandro escreveu mais de 600 títulos, das quais foram tiradas mais de 10 mil edições. Chegou a ter sua gráfica própria e sua obra continuou sendo editada pela família mesmo após sua morte. Em 1921, os direitos autorais de Leandro foram vendidos pela viúva a João Martins de Athayde, que chegou a publicar folhetos omitindo o autor e modificando o acróstico na estrofe final. Pioneiro na produção literária de cordel no Brasil, o poeta foi autor de folhetos de grande aceitação popular, como: A Batalha de Oliveiros e Ferrabas, História da Donzela Teodora, A Morte de Alonso e a Vingança de Marina, A Vida de Cancão de Fogo e seu Testamento, A Vida de Pedro Cem, Baman e Gercina – o Pr

100 Cordéis históricos segundo a ABLC

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Contemplado por seleção pública no Programa Petrobras Cultural 2005/2006, o livro "100 Cordéis Históricos Segundo a Academia Brasileira de Literatura de Cordel - ABLC", consiste na pesquisa e publicação de 100 títulos raros de cordel, na íntegra, e visa a difusão nacional dessa forma de expressão que compõe o patrimônio imaterial brasileiro. Dos 13 mil títulos que compõem o acervo da academia, cerca de 400 títulos representam a história remota desta literatura, da qual há poucos exemplares disponíveis, mesmo nos acervos especializados. Abordando principalmente o período do fim do século XIX à segunda metade do século XX, o projeto resultará na edição de 100 cordéis selecionados deste acervo, com caixa protetora e 568 páginas no total. A disponibilização deste raro e significativo acervo, reunindo em uma única publicação 41 autores representativos do período, com qualidade de impressão que garanta sua longevidade, se faz iniciativa inédita. Lançado em 9 de setembro de 200