Cordel peleja com o tempo

Reportagem Do Diário do Nordeste André Dib Recife, domingo, 12 de junho de 2011 Resistente às intempéries, a literatura de cordel segue a existir. Nascido na Península Ibérica, o livreto, facilmente reconhecido pelo formato de bolso, poucas páginas, xilogravura à frente e títulos incomuns, há muito não é editado em lugar algum do mundo, a não ser no Brasil, onde tem sido incorporado pelo cinema, música, artes plásticas, teatro. E chega ao século 21 preservando sua forma original de papel e tendo seu discurso apropriado pelos seus supostos algozes, as emissoras de rádio, TV e internet. O tradicional folheto Historia de João de Calais impresso em Lisboa, no século 19, ganhou versão recente em Mossoró (RN), em 2007, com ilustração de Jô Oliveira. Eis a curiosa longevidade do cordel brasileiro. Se, até os anos 1950, cumpriu a função de jornal do matuto, hoje migrou para o asfalto da cidade e endereços da web com novos temas, contextos, formas e au...