70 anos de Vitalidade

Alfabetizado pela irmã através da literatura de cordel, o cantor e compositor nascido em Taperoá, cidade que fica a 216 km da capital paraibana, completa 70 anos.


Vital Farias nasceu no sítio Pedra d'Água, município de Taperoá, estado da Paraíba, em 23 de janeiro de 1943. Caçula entre 14 irmãos, alfabetizou-se com as irmãs. Vital viveu em Taperoá até a conclusão do curso ginasial. Sua formação foi feita com íntima ligação ao universo sertanejo. Costumava ouvir bandas de pífanos, repentistas e cantadores.

Aos 18 anos, começou a estudar violão sozinho. Autodidata, parte de seus conhecimentos musicais foram herdados da tradição musical da família. Nessa época, foi para João Pessoa para servir ao Exército. Na capital paraibana assistiu à apresentações de todo tipo de música, da erudita a popular.

Participou de diversos conjuntos musicais, entre os quais, "Os quatro loucos", que apresentava imitações de músicas do conjunto de rock inglês "The Beatles".

Pouco depois passou a dar aula de violão e teoria musical no Conservatório de Música de João Pessoa.

Em 1975, mudou-se para o Rio de Janeiro, e no ano seguinte foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Música.

No Rio de Janeiro intensificou o contato com artistas de teatro, cinema e música.

Em 1975, participou do show de inauguração da Sombras. Em 1976, atuou como músico na peça "Gota d'água", de Chico Buarque de Hollanda. Nesse período intensificou seus estudos de História, Política e Filosofia, ao mesmo tempo que mantinha estudos sobre a Literatura de Cordel. Sua primeira composição gravada foi "Ê mãe", em parceria com Livardo Alves e gravada por Ari Toledo.

Ainda em 1976, Marília Barbosa lançou pela Som Livre a composição "Caso você case", que foi grande sucesso e acabou incluída na trilha sonora da novela "Saramandaia", da TV Globo.

Em 1978, gravou pela Polydor o seu primeiro disco que trouxe como destaque, entre outras, as composições "Canção em dois tempos (Era casa era jardim)", que foi incluída na trilha sonora da novela "Roda de fogo", na extinta TV Tupi do Rio de Janeiro; "Bate com o pé xaxado"; "Expediente interno" e "Deixe de afobação". Incluiu também as composições lançadas por Marília Barbosa e Ari Toledo.

Em 1980, lançou seu segundo disco, "Taperoá", pelo selo Epic, coordenado por Fagner na gravadora Sony. Neste trabalho destacaram-se as composições "Pra você gostar de mim", "Repente paulista" e "Veja (Margarida)", que seria depois regravada pela cantora paraibana Elba Ramalho, tornando-se um estrondoso sucesso.

Em 1982, lançou, novamente pela PolyGram, o LP "Sagas brasileiras", onde destacaram-se "Do meu jeito natural", "Cantigas para voar (A Elba Ramalho)", "Ai que saudade de ocê", "Saga de Severinim" e o épico "Saga da Amazônia", antecipando o movimento ecológico que tomaria força no final daquela década.

Em 1984, lançou pela Kuarup o CD "Cantoria I", juntamente com Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai, gravado ao vivo no Teatro Castro Alves, em Salvador. De sua autoria foram gravadas as composições "Sete cantigas para voar", "Ai que saudade de ocê" e "Saga da Amazônia", além da participação vocal e instrumental em canções dos outros integrantes do disco.

Em 1985, lançou o LP "Do jeito natural", uma coletânea com seus maiores sucessos. No mesmo ano, participou do disco "Cantoria II", com a participação dos mesmos integrantes do disco anterior, onde interpreta "Saga de Severinim", "Era casa era jardim" e "Veja (Margarida)". Depois desses lançamentos, Vital Farias não mais gravou nesse período, dedicando aos estudos e planejando lançar no começo do novo milênio, quatro novos discos, sendo que um deles seria a "Epopéia negra", contando a história de Mussabá.

Suas composições destacam-se pelo humor e inventividade, onde se mesclam canções nordestinas, sambas de breque, modinhas, xaxados e outros ritmos. Em 2002 produziu o disco de estréia de sua filha e cantora Giovanna, no qual estão presentes 15 composições de sua autoria. O disco foi lançado pelo selo Discos Vital Farias.

No mesmo ano lançou o disco "Vital Farias ao vivo e aos mortos vivos", gravado ao vivo. Recebeu ainda no mesmo período, o título de Cidadão do Rio de Janeiro. (Fonte: Dicionario da MPB)

Confira trecho da sua participação no programa Sr. Brasil (na TV Cultura).


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