Você sabe quem foi Catulo da Paixão Cearense?

Catulo da Paixão Cearense, nasceu em São Luís, no estado do Maranhão em 08 de outubro de 1863 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 01 de maio de 1946. Morou no estado do Ceará dos 10 aos 17 anos de idade.

Em 1880, seguiu com a família para o Rio de Janeiro. Com flauta e violão frequentava as rodas dos estudantes cariocas, o que não era visto com bom olhos pelo seu pai que era dono de uma loja de ourives e relojoaria. Na época, o violão era desprezado e perseguido, sinônimo de malandragem, e na época de Catulo, foi adquirindo prestígio nos salões da elite.

Grande parte do trabalho de Catulo da Paixão Cearense foi voltada às modinhas e serestas, tendo como maior destaque a música "Luar do Sertão". Ao que consta, nenhum intérprete gravou até hoje "Luar do Sertão" na íntegra, já que esse poema possui um total de 12 estrofes mais o refrão.


Catulo foi um dos poucos, talvez o único, poeta popular no Brasil que, em vida, recebeu todas as glórias, todas as honras e uma adoração popular tão grande. Isso porque usou e abusou de toda a sonoridade que o sotaque nordestino lhe proporcionou, soube colocar em versos simples onde era o lugar de por versos simples. Tinha faro. Sabia ouvir, como ninguém mais, o rumor da terra.

O cancioneiro de Catulo, com letras que exprimem a ingenuidade e pureza do caboclo, cativou a sensibilidade do povo e levou Mário de Andrade a classificar o autor como "o maior criador de imagens da poesia brasileira".

Dele disse Ruy Barbosa: "Concordo sem reservas com o Sr. Julio Dantas no seu alto juízo acerca de Catullo Cearense, maravilhoso poeta, cujos versos de um encanto irresistível, são o mais belo documento da natureza e da vida nos sertões brasileiros, que a sua musa enfeitiça e parece recriar" - Petrópolis, 28/02/1921

Catullo de Paixão Cearense é um dos maiores compositores da canção popular brasileira. Segundo o crítico  Murilo Araújo, "a poesia de Catullo tem raízes no povo e haveria de voltar, desfeita em flores e frutos, ao campo em que teve origem: volta ao povo e viverá com ele. Nenhum dos nossos poetas foi a tal ponto o rumor inspirado da terra".

Assista a Rolando Boldrin declamando o poema Coração de Manué Seco, de Catulo da Paixão Cearense.

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