Cordel em homenagem a Jorge Amado
Jorge Amado - 100 Anos do nascimento
Cordel de Valdeck Almeida de Jesus
Muito Amado o nosso Jorge
Por baianos e estrangeiros
Escritor e jornalista
O maior e o primeiro
Natural de Itabuna
Este grande brasileiro.
O lugar de sua nascença
É o menos importante
Pois a obra desse homem
Está em terras distantes
Em línguas do mundo todo
Para todos os falantes.
Na Fazenda Auricídia
Terra onde nasceu
Município de Ilhéus
Pouco tempo viveu
O lugar mudou de nome
E novo nome se deu…
Auricídia virou Itajuípe
E Jorge foi registrado
No povoado Ferradas
A Itabuna integrado
Nasceu em um município
E noutro foi registrado.
Na capital da República
Lá nas terras do sudeste
Foi ele estudar Direito
E virar cabra da peste
Um baiano “arretado”
Advogado inconteste.
No dia dez de agosto
Veio ao mundo este leonino
Nasceu para os holofotes
Este danado menino
E nem mesmo a sua morte
Apagou o seu destino.
Lá no Rio de Janeiro
Este homem destemido
Jornalista e advogado
Lutou e foi combatido
Aliando-se aos comunistas
Com carteira do partido.
Fez carreira na política
Foi Deputado Federal
Mas o brilho da criatura
Foi além do que é normal
Pois os livros o levaram
A brilhar mais que o astral.
O sol ficou pequenino
Jorge ousou brilhar mais
Ocupou o mundo todo
Com personagens reais
E tornou meras figuras
Em seres já imortais.
Viveu fora do país
No Uruguai e na Argentina
Em Paris e em Praga
Produzindo coisa fina
O exílio lhe inspirou
A criar histórias finas.
Foi casado com a escritora
Zélia Gattai Amado
E com ela teve filhos
Três filhinhos bem amados
Paloma, Eulália e João Jorge
Três filhinhos bem amados.
Ocupou academias
De Ilhéus a Salvador
E também a Brasileira
Este grande escritor
Muito mais que jornalista
Deputado ou doutor.
Jorge Amado, amado ícone
Homem e obra: criador
Tradutor de uma Bahia
Que ao mundo mostraria
Do caipira ao médico
Como bom expositor.
Dizia-se materialista
Mas o título aceitou
Foi Obá de Xangô
Homem lúcido esse senhor
Representante da luz
No candomblé ele andou.
Pra falar em premiação
É bom parar por aqui
Pois ele se destacou
Lá fora e também aqui
Levou tanta homenagem
Que nem vão caber aqui.
Traduzido ao mundo todo
Do alemão ao albanês
Árabe, armênio, azeri,
Do catalão ao chinês
Coreano, búlgaro e croata
E também dinamarquês…
Eslovaco, esloveno,
Espanhol e finlandês,
Estoniano e esperanto,
Do galego ao francês,
Georgiano e grego,
Guarani e holandês.
Hebraico, húngaro, iídiche,
Lituano e polonês,
Russo, letão e sueco,
Macedônio e japonês,
Italiano e moldávio,
Sérvio, tcheco e islandês.
Romeno e turcomano,
Ucraniano e inglês,
Turco, persa e mongol,
Vietnamita e norueguês,
Até em braile foi escrito,
E também em “televisês”.
Na língua pátria também
Em nosso bom português
Faz sucesso em sua casa
Pois é o santo da vez
Brasileiro de valor
Amado em bom português.
No ano do centenário
Vai ser homenageado
Mais vivo do que nunca
Está o nosso Jorge Amado
Pois a arte nunca morre
E ele será sempre amado.
Se de Ilhéus ou Itabuna
Auricídia ou Ferradas
A certeza que se tem
É que Jorge é uma parada
Vai viver eternamente
No coração da moçada.
Salve Jorge, Jorge Salve
São Jorge ou Jorge São
Vive no peito da gente
Dentro do um coração
Jorge Amado nos proteja
Da falta de inspiração.
Copiar é impossível
Plagiar é crime vil
Jorge é original
Igual a ele não se viu
E de um nasceram muitos
Hoje são pra lá de mil.
Na Academia ou na rua
Jorge é sempre aclamado
A literatura amadiana
E o homem serão lembrados
Pelas gerações futuras
Devido ao grande legado.
Salvador, 28 de julho de 2011
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