Uma poesia de Onildo Barbosa

*Em parceria com Thiago Martins.


o cachimbo que eu fumo é de poema
e o pó que eu inalo é poesia
o que eu injeto na veia é cantoria
e assim vou seguindo meu esquema
eu declamo e improvisso em qualquer tema 
quando a força do vício me alicia
e se faltar o produto de valia
eu vou buscar no folheto de papel
vou à boca de fumo de cordel
me abasteço e trafico poesia

eu tenho em casa uma artilharia forte
que costumo levar aonde eu vô
que ganhei do finado meu avô
que até hoje, de cima, me dá sorte
se não fosse a malvada dessa morte
que carrega o cristão no dia-a-dia
meu avô tava aí com artilharia
assaltando esse nosso mundaréu
com uma arma chamada de cordel
demonstrando o poder da cantoria

entre dor e prazer a vida passa
com sorrisos e sonhos alegóricos
muitas vezes uns são fantasmagóricos
no efeito da droga e da cachaça
juventude, se ligue, pense e faça
o melhor para viver seu dia-a-dia
que o produto que alegra e que vicia
e que além de matar é ilegal
os que usam na vida passam mal
os que evitam têm paz e harmonia

Declamada no palco do Forró Pé-de-serra do Periperi durante sua apresentação em 2011. Confira no vídeo abaixo:

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Essas duas primeiras estrofes são do Thiago Martins... Com algumas alterações do texto original!

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