O Justiceiro do Norte
Texto retirado do blog http://www.rouxinoldorinare.blogspot.com.br/
O Justiceiro do Norte, épico de Rouxinol do Rinaré
"O homem valente e justo
Do berço já traz o tino
E tendo fibra e coragem
Traça o seu próprio destino
Como se deu nas andanças
Do herói Pedro Justino."
Rouxinol do Rinaré retoma a narrativa épica nesse seu cordel. Li seus versos por duas vezes num voo que saiu de Juazeiro do Norte para Brasília e daí para o Rio de Janeiro. Meu interesse não era só ler e entreter-me, era observar, riscar o cordel, encontrar seus elementos poéticos, compreendê-los. Os desenhos dessa edição, abertamente inspirados nos épicos de western (o autor é fã de Tex), recontavam-me a narrativa e levavam-me ao clássico de Bonelli, num diálogo magnífico. Mas não é só isso, sendo um épico, não lhe faltariam os elementos essenciais: o herói injustiçado deixando sua terra para, em outras terras, transforma-se em mito, sob outra identidade, defendendo os fracos, apaixonando-se por uma nativa e por ela sendo amado. Aprisionado pelos guerreiros que defende, é reconhecido (como Ulisses) pela cicatriz que carrega, faz amor com sua amada e desaparece sob as águas amazônicas (como Ajuricaba lendário), deixando sua descendência. Rouxinol sabe contar histórias em cordel como ninguém. E aprimora-se a cada dia. Já é um clássico, mesmo tão jovem.
Aderaldo Luciano
Poeta e Doutor em Ciência da Literatura – UFRJ
OBS.: As capas acima são, respectivamente, dos artistas Klévisson Viana (para a 1ª edição do romance – Tupynanquim Editora, 2001), Jô Oliveira (para a edição do autor, com selo da Quadrix Editora, 2009) e Eduardo Azevedo (para a edição do PRÊMIO MAIS CULTURA DE LITERATURA DE CORDEL 2010 - do Ministério da Cultura).
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